Por ocasião do Dia Mundial do Rim (9 de março), o dr. Paulo Sérgio Rovai, nefrologista do Seconci-SP, chama a atenção para os temas dessa campanha de conscientização sobre a doença neste ano: “Saúde dos rins, exame de creatinina para todos” e “Cuidar dos vulneráveis, estar preparado para os desafios inesperados”.
De acordo com o dr. Rovai, a doença renal crônica se caracteriza por lesão irreversível nos rins. Se diagnosticada de forma precoce, sua progressão pode ser controlada, na maioria dos casos. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, há 850 milhões de pessoas com doenças renais no mundo, por diversas causas.
“Os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde nos últimos anos, quer seja por eventos globais, quer por catástrofes locais como enchentes, desabamentos e desastres ambientais, demonstram a necessidade de nos prepararmos para o inesperado. E isso, especialmente, para proteger e cuidar dos mais vulneráveis. Os pacientes com doenças renais estão entre eles”, afirma o médico.
Conforme o dr. Rovai, as principais funções do rim são: regular a pressão arterial; filtrar o sangue; eliminar toxinas, excesso de água e sais, e produzir hormônios que evitam anemia e enfermidades ósseas. “A doença renal crônica é uma lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, gerando consequências como hipertensão, problemas vasculares, hemorragias, anemia, entre outras”, detalha o médico.
Doença silenciosa
Em geral, nos estágios iniciais, a doença renal crônica é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas ou eles são poucos e inespecíficos. Por esse motivo, pode haver demora no diagnóstico e ele só acontecer quando o funcionamento dos rins já estiver bastante comprometido.
Os sintomas mais frequentes de uma doença renal costumam ser inchaço, perda de apetite, cansaço excessivo, anemia e pressão alta. Além disso, diabetes e hipertensão são os principais agentes.
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Prevenção e tratamento
A adoção de estilos de vida saudáveis. como o consumo regular de água, controle do nível de açúcar no sangue, monitoramento da pressão arterial, prática de exercícios físicos, dieta saudável, controle de peso, evitar o tabagismo e a automedicação, contribui para sua prevenção, retardamento e controle. “Considera-se a redução do sal na alimentação uma das primeiras recomendações. Sua ingestão diária não deve ultrapassar 5 gramas”, indica.
O diagnóstico pode ser realizado com exames de urina e sangue, nos quais se dosa a concentração de creatinina. Já o tratamento acontece com medicamentos, alterações de hábitos e dietas, e nos casos mais avançados, com diálise para filtrar o sangue, ou ainda o transplante renal após início da diálise.
“Tanto o diagnóstico como o tratamento precoces se tornam eficazes para evitar o avanço da doença. O Seconci-SP ressalta a importância da saúde renal, a partir de cuidados essenciais e de qualidade, e permitindo acesso à informação e tratamento”, enfatiza o nefrologista.