A hipertensão arterial, uma doença crônica caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão do sangue nas artérias, pode levar a hemorragias, AVCs (Acidentes Vasculares Cerebrais) infarto e óbito, se não for controlada. Por isso, todos os trabalhadores da construção e as pessoas em geral devem fazer exames preventivos periodicamente, mesmo que não tenham sintomas.
A recomendação é do dr. George Fernandes Maia, cardiologista do Seconci-SP, por ocasião do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26 de abril). Segundo ele, apesar de toda a informação disponível para prevenir a hipertensão, grande parte dos casos atendidos pela primeira vez na Cardiologia do Seconci-SP é de pacientes que já apresentam a doença.
O dr. Maia explica que o Seconci-SP segue há muito tempo a recomendação básica das Novas Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório, lançadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em 12 de abril. Segundo a SBC, 24% dos brasileiros sofrem de hipertensão.
De acordo com essas diretrizes, o diagnóstico definitivo de hipertensão arterial não deve considerar apenas os resultados obtidos nas medições de pressão realizadas em consultório, mas também incluir informações destas medições realizadas no dia a dia do paciente. Isto evita que um paciente seja diagnosticado e medicado por hipertensão apenas por estar tenso e estressado na medição em consultório, mas que no dia a dia apresenta pressão arterial saudável; ou o contrário, caso do paciente hipertenso, mas que na medição em consultório não apresenta a pressão alterada.
“O paciente do Seconci-SP tem a pressão medida em três consultas: na inicial, quando recebe orientações sobre os cuidados a serem tomados em seus hábitos e na alimentação; no retorno, para aferir o resultado dessas orientações; e em um novo retorno. Além disso, é orientado a fazer a MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial), em que a medição é realizada de manhã e à noite durante cinco dias, em casa ou onde haja um medidor de pressão.
Sintomas e causas
Entre os sintomas, estão tonturas, dores de cabeça e um mal-estar como se a pessoa se sentisse andando nas nuvens. Entretanto, o paciente pode não apresentar sintoma algum.
O cardiologista explica que o trabalhador com hipertensão, quando esta não estiver controlada, não pode trabalhar em altura, sob risco de queda, nem carregar excesso de peso. “Ele precisa vir ao Seconci-SP, mesmo sem sintomas. As consultas periódicas são importantes e preventivas, e aqui fazemos a maioria dos exames, o acompanhamento e orientamos sobre a prevenção”, afirma.
Entre as causas e fatores que contribuem para a hipertensão, estão: faixa etária acima de 60 anos (atingindo mais de 60% destas pessoas), maior percentual entre homens até 50 anos e entre mulheres após essa idade (negras em sua maioria), excesso de peso (com maior prevalência desde idades jovens), ingestão aumentada de sal, sedentarismo, prevalência entre indivíduos de menor escolaridade e estilo de vida pouco saudável, fatores genéticos e casos na família, síndromes metabólicas, diabetes, anomalias nos níveis de lipídios (gordura) no sangue, alterações no funcionamento da tireoide, problemas renais e doenças cerebrais-vasculares.
Diagnóstico
A hipertensão será caracterizada se a pressão sistólica (nos vasos sanguíneos, quando o coração se contrai) for igual ou maior que 140 mmhg (medida de pressão) e/ou a pressão diastólica (quando o coração relaxa) for igual ou maior que 90 mmhg. Se a pressão for monitorada em casa ou no trabalho, a medição igual ou maior que 130X90 mmhg caracterizará hipertensão.
O diagnóstico também inclui exames de laboratório, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, raio X de tórax, ultrassonografias de carótidas e vertebrais. Todos estes exames podem ser feitos no Seconci-SP.
Prevenção e tratamento
A hipertensão pode ser leve, moderada ou severa, e para cada uma há um tratamento específico, conclui o especialista.
Para prevenir ou controlar a doença, o dr. Maia aconselha: mudar o estilo de vida, realizar atividades monitoradas de condicionamento físico de no mínimo 40 minutos (por dia ou a cada dois dias, e não apenas as atividades domésticas), controlar o peso, reduzir a ingestão de sal e de café, deixar de beber álcool e de fumar, dormir em torno de 8 horas por dia, controlar o estresse psicossocial, e não deixar de tomar os medicamentos prescritos.