Não há um remédio para acabar com o tabagismo, hábito que expõe os fumantes a 7 mil componentes químicos, causando cerca de 50 doenças diferentes e matando 8 milhões de pessoas por ano. Portanto, os trabalhadores da construção civil e seus familiares que quiserem parar de fumar devem ter determinação e terão do Seconci-SP apoio ambulatorial médico e psiquiátrico.
Esta é a mensagem da dra. Marice Ashidani, pneumologista do Seconci-SP, por ocasião do Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o tabagismo é a causa evitável de morte mais prevalente no mundo, vitimando um em cada dez adultos.
Ao fumar um único cigarro, a pessoa inala mais de milhares de substâncias tóxicas, como monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína e outras 43 cancerígenas, como arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo e resíduos de agrotóxicos. “Além disso, a temperatura da fumaça é outro elemento muito nocivo à saúde, inflamando os tecidos de toda a área das vias respiratórias”, comenta a dra. Marice.
A médica alerta que são igualmente prejudiciais o cigarro eletrônico, proibido no Brasil, e o narguilé, pois além da nicotina, contêm outras substâncias cujos efeitos ainda são desconhecidos.
Tomada de consciência
“Parar de fumar exige que a pessoa esteja determinada. Recaídas acontecem, geralmente relacionadas a vínculos comportamentais, como estar em uma balada ou beber com amigos. Nesses momentos, a pessoa deve tentar se conter e refletir sobre os prejuízos do tabagismo que podem ser fatais para sua saúde. E se não conseguir, ela sempre pode tentar novamente.”
Além do Seconci-SP, os trabalhadores da construção civil e seus familiares podem buscar tratamento em centros de apoio da rede pública de saúde, que fornecem adesivos para a redução gradual da dependência de nicotina e, se necessário, medicamentos para a ansiedade.
“Geralmente o tabagismo começa na adolescência, fase que gera angústia e conflitos nos jovens, e também por influência dos grupos de amigos. Neste período, os pais devem conversar com os filhos, falar dos malefícios físicos e psíquicos da droga, como dependência e risco de uso abusivo. E devem procurar identificar, junto com os filhos, as causas psicológicas e sociais que podem levá-los ao tabagismo, buscando aliviá-las.”
Conheça oito benefícios de se abandonar o consumo de tabaco:
- Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
- Após três horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
- Após oito horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
- De 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor;
- Após dois dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta a comida com mais precisão.
- Após três semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação sanguínea melhora.
- Após um ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
- Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
Impacto ambiental
Estudos da OMS mostram que o tabagismo também destrói o meio ambiente. Anualmente, 600 milhões de árvores são cortadas para produzir cigarros, 84 milhões de gás carbônico são liberadas elevando a temperatura global, e 22 bilhões de litros de água são usados para produzir cigarros.
Além de gás carbônico, a fumaça do tabaco também contém metano e óxidos nitrosos, aumentando a poluição atmosférica.
As guimbas ou bitucas de cigarros estão entre os resíduos mais descartados em todo o mundo e contêm substâncias perigosas como arsênio, chumbo, nicotina e formaldeído. O filtro dos cigarros não é biodegradável.
A cada ano, cerca de 3,5 milhões de hectares de terra são utilizados para cultivar tabaco, em especial nos países em desenvolvimento, o que contribui para desmatamento, perda de biodiversidade, erosão e degradação do solo, poluição das águas e aumento das emissões de dióxido de carbono.
O cultivo do produto geralmente envolve o uso expressivo de substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, fertilizantes e reguladores de crescimento. Eles podem escoar e contaminar o solo e as fontes de água, além de causarem danos à saúde dos plantadores de fumo.
Durante o processo de produção, são geradas toneladas de lixo, tanto sólido quanto resíduos químicos (contendo substâncias como a amônia e tolueno). A fabricação e o consumo de cigarros envolvem também o uso de papéis e plástico. Há ainda todo o material utilizado na confecção do produto, além do uso adicional de fósforos e isqueiros para acender os cigarros, charutos e cachimbos.