Hipertensão exige controle permanente
Um desafio comum dos médicos que tratam hipertensos é fazer esses pacientes não suspenderem a medicação por conta própria, em especial aqueles que não apresentam sintomas. Esse é o alerta do dr. George Fernandes Maia, cardiologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), por ocasião do Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial (26 de abril) e do Dia Mundial da Hipertensão Arterial (17 de maio).
“A hipertensão arterial sistêmica é uma condição multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (exercida pelo bombeamento de sangue do coração para as artérias). A linha que a define considera valores de pressão sistólica igual ou maior a 140 mmhg e/ou pressão diastólica igual ou maior a 90 mmhg, o chamado 14 por 9. A doença pode ser causada por fatores hereditários, obesidade, sedentarismo, tabagismo, bebidas alcoólicas em excesso e alimentos com alta concentração de sódio (sal)”, explica o médico.
Trata-se de doença silenciosa que em muitos casos não apresenta sintomas. Os principais sinais durante uma crise são dor na nuca e no peito, falta de ar, tontura, enjoo e cansaço ao realizar esforço físico. “Os exames ocupacionais periódicos exigidos pelas empresas são uma boa oportunidade para detectar este e outros problemas de saúde e iniciar o tratamento e controle”.
O diagnóstico requer avaliação clínica, com a aferição da pressão em pelo menos três ocasiões, acompanhada de exames laboratoriais, como ureia, creatinina, sódio, potássio, glicemia, colesterol total e frações, triglicérides e ácido úrico. “Também podem ser solicitados exames complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, raio-x de tórax, ultrassom das carótidas e vertebrais, todos eles disponíveis no Seconci-SP”, afirma o cardiologista.
Prevenção e tratamento
O dr. George lembra que questões emocionais também podem interferir, aumentando a pressão sistólica. “Se não tratada, a pressão alta pode levar a derrames cerebrais, doenças do coração, como infarto, insuficiência cardíaca e angina, além de insuficiência renal ou paralisação dos rins, e alterações na visão, que podem levar à cegueira. Associada a outras comorbidades, como diabetes e dislipidemias, ao tabagismo e ao uso frequente de álcool, os riscos podem aumentar drasticamente”.
A partir da confirmação do diagnóstico, é fundamental que haja uma mudança dos hábitos alimentares e comportamentais. O tratamento varia de acordo com cada pessoa e do grau da hipertensão (leve, moderada ou severa).
“Há casos em que a adoção de hábitos saudáveis é o suficiente para o controle da doença, porém, na maioria das vezes, é necessária a prescrição de medicamentos de uso contínuo. A boa notícia é que essas medicações estão disponíveis gratuitamente na rede pública, bastando apresentar a receita médica, dentro do prazo de validade, que é de seis meses. Portanto, a questão financeira não é um impedimento, para que o paciente siga o tratamento”, destaca o especialista.
Veja as orientações para diminuir os riscos da hipertensão:
- Evitar o consumo de carboidratos, gordura e sódio em excesso, e manter hábitos saudáveis de alimentação
- Ingerir dois litros de água por dia
- Não fumar
- Evitar o consumo frequente de bebidas alcoólicas
- Praticar atividades físicas regularmente
- Monitorar e tratar outras doenças que possam causar a hipertensão, como diabetes, doenças renais, vasculares e da tireoide, se existirem.