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Hepatites não tratadas podem evoluir para quadros fatais

Hepatites virais (inflamações no fígado causadas por diferentes tipos de vírus) requerem diagnóstico e tratamento corretos, a fim de se evitar a evolução destas patologias para quadros fatais, como cirrose ou câncer de fígado. O alerta é da dra. Dagmar Kistemann, clínica geral do Seconci-SP, por ocasião da campanha de conscientização Julho Amarelo e do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (28 de julho).

A campanha visa prevenir e controlar hepatites como a B e a C, provocadas pelos vírus denominados com essas letras, e estimular a realização de testes rápidos, gratuitos no SUS (Sistema Único de Saúde), para detectar e iniciar a cura dessas patologias. A Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) decidiu tornar essa campanha permanente e com vigência durante todo o ano.

Já 28 de julho marca o nascimento do cientista Baruch Blumberg, ganhador do prêmio Nobel por ter descoberto o vírus da Hepatite B e desenvolvido o teste diagnóstico e a vacina para esta doença.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 71 milhões de pessoas no mundo estejam vivendo com infecção crônica por Hepatite C, e 257 milhões com Hepatite B. No Brasil, estima-se haver 900 mil portadores de Hepatite C e 1,1 milhão de portadores de Hepatite B.

Hepatite C

A dra. Dagmar explica que a Hepatite C (HCV) pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo esta a mais comum. É uma doença silenciosa, 60 a 85% dos pacientes tornam-se crônicos e 20% evoluem para cirrose; destes, 1% a 2% desenvolvem câncer de fígado (hepatocarcinoma).

“O surgimento de sintomas na fase aguda é muito raro, sendo o diagnóstico realizado com mais frequência na fase crônica, após teste de rotina ou por doação de sangue. Caso o teste indique positivo, é necessário realizar a carga viral para confirmar a infecção ativa.”

O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS com medicamentos antivirais capazes de curar a infecção e impedir a progressão da doença. Com duração de 8 a 12 semanas, o tratamento tem taxa de cura acima de 95%.

Segundo a dra. Dagmar, ainda não se descobriu vacina para evitar a Hepatite C. A transmissão da doença por ocorrer por meio de:

  • contato com sangue contaminado e pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos e canudos);
  • reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos e odontológicos;
  • falha de esterilização de equipamentos de manicure;
  • reutilização de material para realização de tatuagem;
  • procedimentos invasivos, como hemodiálise, cirurgia ou transfusão de sangue, sem os devidos cuidados de biossegurança;
  • relação sexual sem uso de preservativo (menos comum);
  • transmissão de mãe para filho durante a gestação ou parto (menos comum).

Hepatite B

A Hepatite B (HBV) é uma das doenças mais comuns e representa um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Muitas pessoas infectadas desconhecem o diagnóstico o que dificulta a interrupção da transmissão, comenta a clínica-geral.

“O vírus da Hepatite B tem elevado potencial infeccioso, maior que o da Hepatite C e do HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida, que provoca a Aids). Ele pode se manter infectante em superfícies por até 1 semana em sangue seco à temperatura ambiente.”

“A vacinação, segura e eficaz, é a principal medida de prevenção contra a Hepatite B. Sua aplicação se inicia logo após o nascimento e pode ser utilizada em qualquer idade”, destaca a dra. Dagmar. Tratamento e vacinas são gratuitas pelo SUS.

A infecção pode ser aguda ou crônica e muitas vezes assintomática, sendo detectável em testes de rotina ou doação de sangue. O diagnóstico precoce aumenta a sobrevida e/ou qualidade de vida.

A transmissão pode ocorrer por meio de:

  • via sexual;
  • contato com sangue contaminado;
  • relações sexuais sem preservativo com pessoa infectada;
  • da mãe para o bebê durante a gestação e parto;
  • compartilhamentos de seringas, agulhas e outros materiais para uso de drogas, como  cachimbos e canudos;
  • compartilhamento de materiais de higiene pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escova de dentes, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam;
  • confecção de tatuagens e colocação de piercings;
  • procedimentos médicos, odontológicos, cirúrgicos ou hemodiálise, quando as normas de biossegurança não são atendidas
  • transfusão de sangue, mais relacionada ao período anterior a 1993, quando não se atendiam normas de biossegurança.

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