Redobre os cuidados com a pele no verão
Temperaturas elevadas, umidade em excesso, praias e piscinas contribuem para o surgimento de doenças de pele no verão. O calor e a maior exposição solar aumentam a transpiração e a umidade do corpo, motivando irritações provocadas por bactérias, fungos ou parasitas, alerta a dermatologista do Seconci-SP, Jussara Gasparotto.
Muito comum no verão, a queimadura solar é uma lesão produzida pela excessiva exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol. Nos quadros de primeiro grau, a pele apresenta vermelhidão e sensibilidade. Já as queimaduras de segundo grau provocam bolhas pelo corpo. “Recomenda-se, para aliviar os sintomas, fazer compressas frias, usar creme hidratante ou gel que contenha Aloe Vera, evitar nova exposição ao sol e não puxar a pele que descasca”, reforça a dra. Jussara.
As acnes e cravos tendem a piorar nestes meses, uma vez que o calor e o suor aumentam a oleosidade do rosto e do corpo. Daí a importância de utilizar produtos específicos para pele oleosa como, por exemplo, sabonete e protetor solar. “Em geral, estão descritos nas embalagens como oil control ou oil free. Mas, independentemente do tipo de pele, todas as pessoas devem passar protetor solar diariamente no rosto com fator de proteção solar (FPS) de, no mínimo, 30. Profissionais que trabalham em locais abertos e com braços e pernas expostos também devem usar o protetor nestas partes”, esclarece a dermatologista.
A micose de praia, também chamada de pano branco, acontece em indivíduos que possuem uma predisposição genética para desenvolver este tipo de patologia. As micoses superficiais são causadas por fungos. Conhecidas como frieiras ou pé de atleta, provocam vermelhidão e coceira entre os dedos dos pés e das mãos. A tinea cruris, originada por fungos, ocorre nas regiões quentes e úmidas, como a virilha, sendo mais frequente em homens. “O procedimento para prevenir consiste em manter as regiões lesionadas secas”, comenta.
Provocada por uma larva parasita que penetra na pele, o bicho-de-pé ou bicho geográfico causa coceira e vermelhidão e faz um trajeto similar à imagem de um mapa na pele. Qualquer parte do corpo pode ser acometida. O agente causador está localizado no intestino de cães e gatos infectados, por isso pode ser encontrado em suas fezes. “Deve-se evitar frequentar praias e locais com presença de animais domésticos e sempre recolher as fezes do seu pet. O tratamento é feito com medicamentos tópicos ou orais”, esclarece a médica.
Uma das irritações mais comuns em crianças e bebês, a brotoeja tem como principais indícios erupções, pápulas, manchas vermelhas, coceira e queimação. Aconselha-se vestir roupas frescas, frequentar locais arejados e até usar talco ou amido de milho. Se não houver melhora, procurar o pediatra ou dermatologista.
Outra enfermidade que tem como fator desencadeante a exposição solar é o melasma, que também pode ser causado por questões de origem hormonal, como uso de anticoncepcional e gravidez. O melasma se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras no rosto.
A foliculite é uma infecção encontrada na raiz do pelo, produzindo lesões similares a espinhas e que pode ser motivada pela falta de hidratação, alto volume de suor e/ou roupas justas. É comum aparecer na região da barba e nuca masculinas, e em glúteos, axilas e virilhas femininas. “O tratamento inclui roupas mais soltas e com tecidos naturais, como o algodão, e uso de pomadas. Para os homens, deve-se espaçar o ato de fazer a barba para 2 a 3 dias, ou até mesmo fazer depilação a laser”, comenta a especialista do Seconci-SP.
A dermatologista ainda recomenda “usar óculos de sol, protetor solar, roupas frescas e claras, tomar bastante água, não se expor ao sol das 11h às 16h durante o horário de verão, evitar perfume e maquiagem durante o banho de sol, trocar as meias diariamente, guardar os calçados em local arejado e realizar um rodízio de sapatos para não repetir os mesmos todos os dias”.