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Crises de ansiedade aumentaram no cenário pós-pandemia de Covid-19

Por ocasião do Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), Thaynna dos Santos, psicóloga do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), alerta para o aumento dos casos de ansiedade e depressão com a pandemia de Covid-19.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior percentual de casos de ansiedade do mundo e um dos líderes em casos de depressão.

“Ainda persiste o estigma de que psicólogo e psiquiatra são ‘médicos de loucos’ e que só pessoas fracas precisam desse tipo de atendimento. Nada mais distante da realidade. A questão é que essas ideias distorcidas muitas vezes impedem a pessoa de buscar ajuda, ela acaba sofrendo sozinha e o problema pode se agravar”, avalia Thaynna.

O Dia Mundial da Saúde Mental foi celebrado pela primeira vez em 1992, por iniciativa da Federação Mundial para Saúde Mental, organização global de saúde mental com membros e contatos em mais de 150 países, como o Brasil. Entre os objetivos desse dia, estão a educação, a conscientização e a defesa da saúde mental global contra aquele estigma.

Insegurança e angústia

A psicóloga destaca o impacto da pandemia da Covid-19, algo sem precedentes na história mundial recente, uma prova clara de que não temos controle sobre muitas questões. “A pandemia trouxe sentimentos de medo, insegurança, angústia, sem contar que muitos perderam familiares e amigos, ficaram desempregados e ainda foram muito afetados pelo distanciamento social, a impossibilidade de contato físico. Como consequência do pós-pandemia, houve um aumento significativo das crises de ansiedade, muitos até desenvolveram fobia social e TOC, o transtorno obsessivo compulsivo, como por exemplo a compulsão pela higienização excessiva das mãos”.

Thaynna explica que a ansiedade faz parte da vida, principalmente durante a experiência de algo novo ou de mudanças na rotina. Porém há alguns sinais de alerta, como reações emocionais exageradas para o momento, e sintomas físicos, como falta de ar, tremores, coração acelerado, choro frequente, entre outros.

“É fundamental que a pessoa faça uma autoanálise, identificando se esses sentimentos são pontuais ou recorrentes e se estão interferindo na sua rotina e qualidade de vida. Se a conclusão é que há impactos negativos, o ideal é buscar ajuda especializada, seja com psicólogo ou psiquiatra”, orienta Thaynna.

A especialista ressalta que temos de entender e saber lidar com as limitações, evitar comparações com outras pessoas, ser menos rigorosos com as cobranças e praticar o autocuidado.

“Frustrações fazem parte da vida e não temos de nos sentirmos fracos, por ter perdido o controle. Mas é importante saber o momento de buscar ajuda e também se empoderar do tratamento, como por exemplo se informar sobre os possíveis efeitos colaterais e como agirão em seu organismo caso sejam prescritas medicações e, além disso, não parar de tomá-las por conta própria, dando continuidade ao tratamento”, conclui.

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