A segurança na operação de argamassadeiras (misturadores de argamassa) e serras circulares foi debatida na 1ª reunião online deste ano do CPR-SP (Comitê Permanente Regional de São Paulo) da Norma Regulamentadora (NR) 18 – Saúde e Segurança do Trabalho na Indústria da Construção, em 11 de fevereiro.
O auditor-fiscal Ricardo Silveira da Rosa alertou em sua apresentação para diversos acidentes ocorridos na operação das argamassadeiras. Chamou a atenção para a observância dos itens relacionados em normas técnicas e nas Normas Regulamentadoras (NR) 10 e 12, tais como proteções fixas ou móveis, função de parada relacionada à segurança, fixação de elementos como parafusos e porcas, travas mecânicas, dispositivos de partida e parada apropriados, e plugs com pino para aterramento, entre outros.
Destacou também serem necessários sinalização de segurança, manual de instruções, capacitação dos trabalhadores e procedimentos de segurança para evitar acidentes principalmente na limpeza dessas máquinas. Listou exigências para os fabricantes mencionadas na NBR ISO 12100. Orientou sobre a observância de normas técnicas com requisitos para a operação segura das argamassadeiras, bem como os cuidados a serem adotados para a proteção das próprias máquinas.
Recomendou ainda a observância atenta dos requisitos de outras normas, como a NBR 14120, a NBR 13857, a NBR 14153 e a NBR 14119. Mostrou ainda os diversos erros mais frequentes na montagem e na operação das argamassadeiras, que têm ocasionado acidentes.
O engenheiro Ruan Santana, da fabricante de misturadores Anvi, mostrou em sua apresentação os itens de segurança de seus equipamentos, conforme preconizado pelas normas técnicas e regulamentadoras.
Serras circulares
Em sua apresentação, o engenheiro João Carlos Pires Campos abordou a segurança na operação das serras circulares de bancada. Ele destacou a importância de atendimento das exigências das NRs 1, 6, 10, 12 e 17 e 18, além de outras medidas, como sinalizações de segurança bem-feitas, afixadas na máquina, treinamentos, EPIs etc.
Campos recomendou aferir se as máquinas são novas ou antigas, se os sistemas de segurança estão corretos; avaliar o nível de risco nas máquinas automatizadas, realizar manutenções preventivas periódicas eficientes e levar em conta a segurança na utilização da máquina desde o projeto da obra.
O engenheiro ainda listou as obrigações necessárias para se evitar os acidentes mais usuais. Chamou a atenção para a importância de comprometimento com a segurança por parte de toda a liderança da empresa e da obra, e da operação e manutenção serem feitas somente por trabalhadores treinados e devidamente autorizados.
O engenheiro Danilo Barbosa Gundim, coordenador de Segurança do Trabalho da Cyrela, alertou em sua apresentação que acidentes ocorrem mesmo com máquinas seguras. Trabalhadores não observam os procedimentos recomendados, improvisam procedimentos e sofrem acidentes. Para evitar isso, a empresa deve conscientizar e orientar os trabalhadores.
Gundim mostrou procedimentos adicionais de segurança na operação das serras: travas seguras, proteções acrílicas, procedimentos que afastem as mãos da serra, botoeiras bimanuais, inspeções nos equipamentos antes do início das atividades e depois do almoço
Prêmio Seconci-SP
Abriram o encontro José Bassili, gerente de Segurança Ocupacional do Seconci-SP (Serviço Social da Construção); Haruo Ishikawa, vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP e membro do Conselho Deliberativo do Seconci-SP; Antonio Pereira, auditor Fiscal do Trabalho e coordenador do Projeto da Construção da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho (SRTb/SP) no Estado de São Paulo; e Sebastião Ferreira, secretário geral do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo (Sintesp).
Bassili anunciou o lançamento, em 19 de fevereiro, do 9º Prêmio Seconci-SP de Saúde e Segurança do Trabalho (SST). Convidou também para o Café com Conexão, evento que acontecerá no Seconci-SP, a realizar-se em 27 de fevereiro, que entre outros temas abordará a importância da saúde mental na atividade da construção.
Ishikawa destacou que a CNTT (Comissão Nacional Tripartite Temática) fará alguns ajustes na NR-18 ao longo do ano e lembrou a recente portaria que prorrogou por mais um ano a obrigatoriedade de climatização de máquinas autopropelidas.
Antonio Pereira alertou que será necessário realizar um retrofit nos equipamentos locados e adquiridos, para incrementar sua segurança. Falou do risco de acidentes na lavagem dos caminhões-bomba de concreto, quando as grelhas são levantadas. Informou que a serra mármore é o equipamento que mais tem causado acidentes no canteiro de obras. E destacou a necessidade do gerenciamento permanente de riscos na operação e na manutenção periódica de todas as máquinas e equipamentos, via PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos).
O auditor fiscal relatou que as normas técnicas sobre andaimes e sobre certificação de pessoas em equipamentos de guindar estão em elaboração na ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Informou que os futuros auditores do trabalho serão agora treinados e que climatização e reforço estrutural de máquinas e modulação dos andaimes fachadeiros entrarão na pauta da CNTT neste mês.
Sebastião Ferreira chamou a atenção para a importância das reuniões do CPR-SP para empregadores e empregados se beneficiarem e elevarem o nível de saúde e segurança do trabalho nas obras. O encontro ainda contou com a participação de Marcos Antonio de Almeida Ribeiro, vice-presidente do Sintesp.