“Cuidar bem da voz é fundamental, pois, além de exprimir em palavras o que se quer comunicar, ela imprime as emoções, os sentimentos, a personalidade da pessoa, através da sua qualidade.” Esta é a mensagem de Taiane Vieira Moraes da Silva, fonoaudióloga do Seconci-SP, por ocasião do Dia Mundial da Voz (16 de abril).
A data tem o propósito de promover cuidados e prevenir doenças relacionadas à voz. “Além de ser um instrumento de trabalho, a voz é uma das funções responsáveis pela expressão e um indicador de saúde”, diz a especialista.
Taiane conta que, no Brasil, a data foi instituída pela Lei 11.704/2008, embora já acontecessem solenidades da Semana Nacional da Voz entre os dias 12 e 16 de abril desde 1999.
“A voz representa uma parte significativa durante a comunicação. É uma forma de expressão totalmente individual, influenciada por três dimensões: biológica, psicológica e sócio-educacional”, explica Taiane.
Recomendações
De acordo com a fonoaudióloga, ações direcionadas à autoavaliação possibilitam à pessoa consultar o médico, que por sua vez pode realizar diagnósticos precoces de doenças, algumas graves, como o câncer de laringe.
Desta forma, Taiane recomenda alguns cuidados a serem empregados no dia a dia, para se ter uma voz mais saudável:
– Beba água regularmente, em pequenos goles, principalmente quando estiver fazendo uso profissional da voz. A água hidrata o organismo e favorece uma emissão vocal sem tensão.
– Mantenha uma alimentação saudável e regular. Isso ajuda a prevenir o refluxo, que é prejudicial à laringe e às pregas vocais.
– Evite achocolatados e derivados do leite, principalmente antes da utilização profissional da voz, pois estes aumentam a produção de secreção no trato vocal e dificultam a emissão.
– Evite gritar ou falar frequentemente em forte intensidade: sempre que possível, procure se aproximar do outro para conversar. Evite competição sonora: ao falar, abaixe o volume da TV e/ou do som.
– Evite ingerir líquidos muito gelados ou muito quentes, principalmente durante o uso profissional da voz.
– Atente-se a possíveis ressecamentos do trato vocal quando estiver exposto ao ar-condicionado. Isso pode levá-lo a produzir uma voz com maior esforço e tensão. Se este for o seu caso, procure manter-se bem hidratado e beber água em pequenos goles durante o período de exposição.
– Evite chupar balas ou pastilhas fortes, assim como utilizar sprays, que mascaram o sintoma de garganta irritada e fazem a voz ser produzida com esforço, sem perceber. Quando o efeito da bala passar, a irritação na garganta será ainda maior. Em substituição a estas alternativas, procure fazer repouso vocal.
– Evite pigarrear ou tossir demais, pois isso provoca um forte atrito entre as pregas vocais, irritando-as. Procure substituir esses hábitos por uma respiração, seguida de deglutição de saliva para deslocar a secreção. Se o problema persistir, procure um médico.
– Evite falar muito quando estiver gripado ou em crise alérgica, pois, nestes casos, o tecido que reveste a laringe está inchado e haverá grande atrito entre pregas vocais durante a fala.
– Evite roupas apertadas na região do pescoço e na cintura. Elas dificultam a livre movimentação da laringe e do diafragma, musculatura importante para a respiração.
– Evite fumar e ingerir bebidas alcoólicas em excesso. Tais hábitos irritam a laringe. Além disso, o cigarro aumenta consideravelmente o risco para o desenvolvimento do câncer de laringe e pulmão. O fumo é altamente nocivo, pois a fumaça quente agride o sistema respiratório e principalmente as pregas vocais, podendo causar irritação, pigarro e edema. Álcool em excesso também é prejudicial para as pregas vocais e tem efeito analgésico, levando você a cometer abusos vocais sem se dar conta.
– Evite falar grosso ou fino demais, travar os dentes ao falar e falar muito rápido. Tenha uma voz com entonação variada, articule bem as palavras, perceba-se enquanto fala, acalme-se, faça pausas expressivas e respiratórias.
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“No caso de persistirem por mais de 15 dias sinais de alerta como rouquidão, ardência, falhas e cansaço para falar, consulte um médico otorrinolaringologista e/ou um fonoaudiólogo, que poderão avaliar, fornecer orientações preventivas e tratar patologias já existentes. Vale lembrar que o tratamento precoce é sempre mais rápido, podendo inclusive evitar procedimentos cirúrgicos.”