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As Hepatites Virais

Priscyla Reis Pagliuso Santos, enfermeira do Seconci-SP

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. São infecções que atingem o fígado, causando alterações que podem ser classificadas em leve, modera e grave. Em sua maioria, a infecção causada pela hepatite não apresenta sintomas, mas quando presentes, os sintomas são:

  • Cansaço;
  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Tontura;
  • Enjoo;
  • Vômitos;
  • Dor abdominal;
  • Pele e olhos amarelados;
  • Urina escura;
  • Fezes claras;

As hepatites virais com mais incidência no Brasil são as causadas pelo vírus A, B e C. Existem também as Hepatites D e E, que são menos frequentes em nosso país.

Hepatite A

É causada pelo vírus A (HAV) da Hepatite, conhecido como Hepatite Infecciosa. Em sua maioria, os casos de Hepatite A são considerados benignos, porém os sintomas e a sua letalidade podem aumentar com a idade. O meio de transmissão da Hepatite A é fecal-oral (contato de fezes com a boca) e contato sexual. O jeito mais comum é o fecal-oral, através de alimentos mal lavados e consumo de água de locais duvidosos. O diagnóstico é feito através de coleta de exame de sangue. A Hepatite A não tem um tratamento especifico, o recomendado é não realizar automedicação e procurar atendimento médico se apresentar os sintomas listados acima, pois o médico saberá prescrever o medicamento adequado para os sintomas.

Hepatite B

É causada pelo vírus B (HBV) da Hepatite. A Hepatite B tem dois tipos de diagnóstico: crônica e aguda. A infecção aguda, na maioria dos casos se resolve espontaneamente em até seis messes após os primeiros sintomas. A infecção crônica é aquela que não se soluciona sozinha. Alguns de seus meios de transmissão são o vertical (mãe-filho) e o sexual. O diagnóstico, assim como a Hepatite A, também é feito através de exame de sangue. A Hepatite B, diferente da Hepatite A, tem o seu tratamento especifico com antivirais. Durante o tratamento é importante não realizar consumo de bebidas alcoólicas. O tratamento disponível atualmente não cura a hepatite B, mas retarda as complicações que podem ser causadas pela doença, como a cirrose, e melhora a sobrevida em longo prazo. A Hepatite B é uma das variantes que tem vacina disponível e faz parte do calendário de vacinação infantil, porém se a vacinação não for realizada na infância, pode ser aplicada em qualquer momento da vida. A vacina é o maior meio de prevenção para Hepatite B.

Hepatite C

É um processo infeccioso e inflamatório causado pelo vírus C (HCV) que pode se manifestar de forma aguda ou crônica. Na maioria dos casos a Hepatite C é diagnosticada em sua forma crônica, pois os pacientes não desenvolvem sintomas da doença. A Hepatite C é transmitida através de contato com sangue contaminado, falha na esterilização de equipamentos médicos, odontológicos e de manicure, reutilização de agulhas, procedimentos invasivos sem os devidos cuidados de biossegurança, transfusão de sangue e seus derivados contaminados, e relações sexuais. A Hepatite C dificilmente desenvolve algum sintoma que possibilite seu diagnóstico precoce, daí a importância de se realizar a testagem espontânea. Existem hoje dois tipos de exames que fazem o diagnóstico da Hepatite C: o teste rápido e o sorológico. Assim como a hepatite B, o tratamento para a Hepatite C é feito com antivirais específicos, com taxas de cura de 95%. O tratamento é realizado em média de 8 a 12 semanas. É muito importante que se realize o tratamento por completo, pois as chances de cura são grandes.

Métodos de prevenção para Hepatites Virais

Tomar os cuidados de higiene usuais, como lavar as mãos, alimentos, utensílios etc.

  • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de lugares em que haja esgoto;
  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
  • Usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais;
  • Vacinar-se contra Hepatite B, disponível para toda a população na rede do SUS;
  • Não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc.);
  • Não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas;

Toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, a HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.

+ Veja mais informações sobre as hepatites virais e sua prevenção, em entrevista da dra. Dagmar Kistemann, clínica geral do Seconci-SP

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