Dores crônicas em todo o corpo, principalmente na musculatura, por mais de seis meses. Este é um dos sintomas da fibromialgia, que atinge mais as mulheres, segundo a dra. Edna Souza Silva, reumatologista do Seconci-SP, por ocasião da Campanha Fevereiro Roxo, de conscientização sobre essa doença que não tem cura e demanda tratamento prolongado e especializado.
De acordo com a médica, também podem indicar fibromialgia sintomas como fadiga, sono não reparador, alterações de memória e de atenção, ansiedade, depressão e problemas intestinais.
“O importante é o diagnóstico clínico ser feito por reumatologista, que poderá solicitar mais exames para descartar outras hipóteses. A doença pode ser primária, com o paciente apresentando somente dor, ou secundária, associada a doenças reumáticas e inflamatórias, sono não reparador e sem melhora com medicação”, explica.
Os sintomas podem ser amenizados com medicamentos, alimentação saudável e atividade física, liberando neurotransmissores para diminuir a dor. “Entretanto, o sofrimento com a dor e a fadiga podem levar o paciente à depressão. Daí a importância de ele buscar também um equilíbrio emocional, respeitando seus limites e se organizando para conviver com a doença da melhor forma possível.”
Nesse sentido, uma providência importante é o paciente ter um sono reparador. “Se não conseguir, deve verificar as causas, tratando de problemas como ronco e apneia que eventualmente dificultem uma boa noite de sono”, recomenda.
A dra. Edna lembra para enfrentar a doença em todos os seus aspectos, o paciente do Seconci-SP tem à disposição uma equipe multidisciplinar da entidade, com psiquiatra, psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta.
Lúpus
A médica explica que lúpus (Lúpus Eritematoso Sistêmico ou LES) é outra doença que não tem cura e demanda tratamento prolongado, abrangida também pela campanha Fevereiro Roxo.
“Trata-se de doença inflamatória crônica de origem autoimune, quando o próprio organismo ataca órgãos e tecidos. Seus principais sintomas são lesões de pele, dor, inchaço, inflamações nos olhos, rins ou no coração, eventualmente acompanhados de alterações de comportamento, fraqueza e emagrecimento”, relata.
De acordo com a médica, a doença pode se apresentar de diversas formas e variar entre simples, moderada e grave. “Cada pessoa a manifesta de maneira diferente. Por isso, é fundamental consultar um reumatologista que, para fechar o diagnóstico, solicita exame de sangue FAN (Fator Antinuclear) e outro de marcador de anticorpos.”
Ela recomenda aos pacientes de lúpus que tratem as infecções e evitem o estresse, a ansiedade e a depressão, o sol e outras formas de radiação ultravioleta, o uso de estrógenos e de outras drogas, e, na fase ativa da doença, a gravidez.
A medicação é à base de corticoides e imunossupressores e o acompanhamento pelo reumatologista precisa ser permanente. Pesquisas estão sendo realizadas e futuramente haverá medicações específicas para a doença, completa.