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Diabetes é doença grave, mas pode ser prevenida

Doença crônica e silenciosa, o diabetes caracteriza-se por excesso de glicose no sangue e pode ocasionar sérios problemas de saúde. Daí a importância de todos terem alimentação saudável, fazerem exercícios físicos e realizarem exames anuais de sangue.

As recomendações são da dra. Giovanna Pianca, endocrinologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), por ocasião do Dia Mundial do Diabetes (14 de novembro). No Brasil, 15,7 milhões de pessoas têm a doença, segundo a Federação Internacional de Diabetes.

De acordo com a médica, a doença é causada pela falta de insulina ou por sua baixa eficácia no organismo. Hormônio produzido pelo pâncreas, a insulina regula o nível de glicose no sangue. Como a doença é silenciosa, frequentemente as pessoas a descobrem quando já estão diabéticas.

“Se não for tratado, o diabetes pode ocasionar infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), nefropatia (insuficiência renal que pode levar à diálise e à necessidade de transplante), neuropatia (afetando os nervos, mediante formigamentos e diminuição da sensibilidade nos membros inferiores, levando a feridas que podem requerer amputações dos pés) e retinopatia diabética (doença que pode levar o paciente à cegueira).”

Os sintomas do diabetes são sede excessiva, levando a pessoa a tomar muito água; boca seca; perda de peso; aumento da frequência urinária; visão turva; fadiga e falta de energia.

Principais tipos

Há dois principais tipos de diabetes, prossegue a endocrinologista. O tipo 1 afeta principalmente crianças, adolescentes e jovens adultos. É uma doença autoimune que destrói as células do pâncreas produtoras insulina, a qual então precisa ser ministrada diariamente ao paciente.

Já o tipo 2 afeta 90% dos diabéticos. É quando a glicemia (concentração de açúcar no sangue), ocasionada pela produção insuficiente de insulina leva a inflamações que podem ocasionar os graves problemas de saúde mencionados acima. Contribuem para a doença deste tipo: ingestão excessiva de carboidratos, açúcar e álcool, obesidade, genética, histórico familiar e sedentarismo.

Além destes tipos, há ainda o diabetes gestacional, quando o pâncreas da gestante não deu conta de uma carga maior de glicemia, o que demanda acompanhamento médico durante a gravidez. E há também casos de mulheres que podem ficar diabéticas após o parto.

Há ainda os chamados pré-diabéticos, pessoas cujos organismos têm picos de glicemia, sinalizando que futuramente podem se tornar diabéticos. Quando o problema é detectado nos exames de glicemia e hemoglobina glicada, essas pessoas são tratadas com medicamentos de prevenção. O tratamento do diabético tipo 1 necessariamente deve ser feito com insulina. Já pacientes diabéticos tipo 2 recebem medicamentos orais e eventualmente insulina, caso não melhorem seus controles glicêmicos “Um controle bem feito evita complicações, com consultas ao médico uma vez ao ano ou quando a pessoa apresentar algum sintoma.”

Prevenção

A dra. Giovanna recomenda uma alimentação saudável, com mais produtos integrais, vegetais e frutas, evitando-se doces e bebidas alcoólicas. “Além disso, o exercício físico bem regular é um aliado incrível na prevenção ao diabetes.”

Para os trabalhadores da construção civil, ela aconselha que tragam a marmita com a alimentação saudável e balanceada de casa. “Se não tiverem alternativa e precisarem se alimentar no entorno da obra, eles devem buscar pratos sem gordura e com poucos carboidratos. Nada de misturar arroz com macarrão, por exemplo. E alimentar-se bem com proteínas e bastante saladas, vegetais e frutas.”

“Restringir ao máximo o consumo de álcool e de açúcar pode ser difícil no início. Mas é possível com força de vontade, e a saúde da pessoa vai se beneficiar como um todo. O açúcar pode ser substituído pelo adoçante stévia, ou simplesmente eliminado. Recomendo que aos poucos tirem de casa os doces e os chocolates, e consumam álcool moderadamente somente em ocasiões como festas.”

No Seconci-SP, os trabalhadores e seus familiares contam com toda a estrutura laboratorial e profissionais de diferentes especialidades para a realização de exames e tratamentos. Para a prevenção do diabetes especificamente, a entidade conta com uma equipe multidisciplinar que inclui nutricionistas, endocrinologistas e nefrologistas, além de psicólogos e psiquiatras, quando necessário.

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