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Seconci-SP mostra a importância dos exames ocupacionais

Levantamento feito pelo Seconci-SP em exames ocupacionais junto a uma amostra de trabalhadores da construção civil no Estado de São Paulo mostrou que, embora 7% tenha relatado sofrer de hipertensão, a doença foi aferida em 21% deles; 2% disseram ter diabetes, mas ela foi constatada em 8%. Dos pesquisados, 17% relataram ter etilismo crônico, 8% eram tabagistas, 13% usavam algum tipo de medicamento e 52% estavam acima do peso ou eram obesos.

Os resultados do levantamento de dados foram apresentados pelo dr. Giancarlo Brandão, gerente Médico Executivo do Seconci-SP, em palestra virtual feita em nível nacional em 6 de outubro, durante a Semana Canpat (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho) Construção 2022.

Na abertura da Semana, Haruo Ishikawa, membro do Conselho Deliberativo do Seconci-SP, afirmou em 3 de outubro que “é preciso melhorar no Brasil a cultura de segurança e saúde no trabalho na construção civil. A gente não pode ficar sempre atrás do prejuízo.”

Saúde nas obras

Em sua apresentação, o dr. Brandão relatou que, a partir do levantamento, o Seconci-SP definiu planos de ação, como o acompanhamento de hipertensos e diabéticos, a formação de grupos de apoio para etilistas, ações para prevenção de doenças cardiovasculares e futuramente a criação de um ambulatório da dor.

Outro diferencial da entidade é a participação de psicólogos em alguns exames ocupacionais, em especial para atividades críticas, como trabalho em altura e espaço confinado, para detectar condições não percebidas nos exames clínicos: por exemplo, em exames psicológicos, tendências suicidas que tornam o trabalhador elegível para psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico.

Para o gerente, as empresas enxergam cada vez mais a saúde e segurança do trabalho como investimento no bem-estar do trabalhador e também para não terem elevações em seu Fator Acidentário Previdenciário ou sofrerem ações regressivas por parte do INSS.

Ele mostrou a importância das diretrizes da nova Norma Regulamentadora 7, que trata do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Destacou a elaboração do relatório analítico para o acompanhamento ativo da saúde do trabalhador. E recomendou que o médico do trabalho alerte o responsável pelo PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), se perceber a ocorrência de patologias a partir de riscos não descritos no programa.

O dr. Brandão preconizou a importância de uma integração perfeita entre saúde do trabalho e segurança do trabalho nas obras. Destacou a importância da remessa das informações ao eSocial como um depositório de dados. Por conta disso, agora muitas empresas estão redigindo o LTCAT (Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho) que antes não faziam, comentou. “Todas essas mudanças trazem ganho para o trabalhador e o empresário”, afirmou.

“O Seconci-SP busca proporcionar uma saúde integral aos trabalhadores, integrando suas áreas de medicina assistencial, medicina ocupacional e atendimento odontológico, e proporcionando programas para empresas de todos os portes”, concluiu.


A palestra teve a mediação de Clóvis Queiroz, consultor da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). A Canpat é realizada pela CBIC, por meio de sua Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), junto com o Sesi e a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Previdência, com apoio do Seconci Brasil. Ishikawa é o coordenador do Grupo de Intercâmbio de Saúde e Segurança do Trabalho da CPRT.

Assista a esta e às demais palestras do evento

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