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Casos de tuberculose aumentaram na pandemia

Casos de tuberculose aumentaram na pandemia

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (MS), a pandemia de Covid-19 reverteu anos de progresso global no combate à tuberculose e, pela primeira vez em mais de uma década, as mortes pela doença aumentaram, chegando a 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo, em 2020. Por ocasião do Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), a pneumologista do Seconci-SP, dra. Marice Ashidani, faz esse alerta.

“Em 2020, mais pessoas morreram de tuberculose e muito menos pessoas foram diagnosticadas e tratadas, em comparação com 2019. O número de exames, por exemplo, caiu 25%. Além da dificuldade de acesso aos serviços de saúde, durante o auge da pandemia, houve também a realocação dos recursos humanos e financeiros para o combate da Covid-19”, destaca a dra. Marice.

Esse cenário afetou várias outras doenças, mas o impacto sobre a tuberculose foi particularmente grave, porque se não for tratada da forma correta, pode levar à morte. “A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, que afeta principalmente os pulmões, porém pode acometer outros órgãos, como os olhos, ossos e rins. É transmitida de pessoa para pessoa pela secreção respiratória contaminada pelo bacilo de Koch, presente na tosse, no espirro e nas gotículas de saliva expelidas pela fala, e que pode ser inalada pelos contactantes”, explica a pneumologista.

A especialista afirma que as condições socioeconômicas contribuem para a ocorrência da doença, mas também estão no grupo de risco pacientes diabéticos, alcoólatras e imunodeprimidos, como é o caso dos portadores de HIV, pessoas em tratamento de câncer, os que fazem uso de medicações com corticoides por períodos prolongados e os renais crônicos.

Doença tem cura

Os sintomas mais comuns são tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa e vespertina, e emagrecimento rápido. A boa notícia é que a doença tem cura e toda a medicação é cedida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento tem duração de seis meses. “A melhora do quadro geral normalmente acontece bem antes de completado esse período, então muitos acabam abandonado o tratamento antes do prazo recomendado. Porém o bacilo, quando não é eliminado definitivamente, pode criar resistência, chegando ao ponto de a medicação não fazer mais efeito e a pessoa se tornar um paciente crônico.”

O Seconci-SP conta com pneumologistas e toda a estrutura laboratorial para realizar o exame de escarro e a radiografia de tórax, para fechar o diagnóstico. “Se o resultado for positivo, o paciente é encaminhado para as unidades públicas de referência para fazer o tratamento, seguindo o protocolo determinado pelo Ministério da Saúde”, informa a dra. Marice.

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